A recomposição da aprendizagem ultrapassa o caráter de medida emergencial. Mais do que recuperar conteúdos, ela representa uma oportunidade de repensar o processo de ensino com um olhar atento às desigualdades acentuadas pela pandemia mas que não são exclusivas deste período. Não se trata apenas de voltar ao que era antes, mas de construir novas formas de ensinar e aprender, centradas na equidade, no planejamento e no compromisso com o direito de todos à aprendizagem.
Nesse contexto, abordagens que valorizam o protagonismo do estudante ganham relevância. As metodologias ativas, como o ensino por investigação, os projetos interdisciplinares e o uso intencional da sala de aula invertida, favorecem o engajamento dos estudantes, ao passo que contribuem para o desenvolvimento de habilidades essenciais. Quando bem articuladas, essas práticas promovem experiências de aprendizagem mais conectadas à realidade dos estudantes e mais efetivas em termos pedagógicos.
Para que tais estratégias alcancem seu potencial, é preciso integrá-las ao conhecimento pedagógico do conteúdo. Isso significa pensar não só sobre o que ensinar, mas sobre como ensinar de forma eficaz, considerando os diferentes ritmos de aprendizagem, os contextos socioculturais e os interesses dos estudantes. O saber docente se fortalece quando o professor domina o conteúdo e compreende como torná-lo acessível, significativo e transformador.
Nesse processo, a avaliação tem papel estratégico. Mais do que verificar resultados, ela deve orientar a prática pedagógica, sinalizar caminhos para a intervenção e apoiar a progressão das aprendizagens. Avaliações diagnósticas e formativas, quando bem planejadas, possibilitam identificar as lacunas de aprendizagem e promover ações pedagógicas ajustadas às necessidades reais dos estudantes.
A formação docente com foco na homologia de processos também precisa fazer parte deste processo. Para que as práticas pedagógicas se transformem de fato, é necessário que os espaços formativos valorizem o diálogo, a colaboração e a coerência entre o que se propõe ao estudante e o que se vivencia enquanto educador. A formação deve considerar metodologias ativas, planejamento com intencionalidade pedagógica e foco na articulação entre conteúdo e prática docente.
Recompor aprendizagens é, acima de tudo, um exercício de escuta e reinvenção. Implica olhar para o que ficou pelo caminho, reconhecer as possibilidades do presente e construir rotas de aprendizagem mais significativas e sustentáveis. Com compromisso, sensibilidade e boas práticas, é possível transformar o desafio em oportunidade de avanço coletivo.
Saiba mais em:
Guia para recomposição de aprendizagens publicado pelo MEC e disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/recomposicao-aprendizagens/guia-recomposicao-aprendizagens.pdf
Podcast com participação da autora no Spotify do Instituto Reúna, disponível em: https://open.spotify.com/episode/46usHek13Gcw5JbINRsUBT?si=3YqfBDMBSe6BvcbncY8k5A
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