Na busca por estratégias eficazes, muitas vezes nos deparamos com o desafio de como engajar os estudantes em uma aprendizagem significativa e profunda. É aqui que as rotinas de pensamento entram em cena, oferecendo ferramentas e estruturas para promover uma compreensão mais profunda e uma reflexão crítica em sala de aula.
In the traditional transmission model of teaching, the roles for students and teachers are well defined. The teacher delivers, often through lectures, PowerPoint slides, or assigned readings, and the student is the receiver, taking in the delivered information. If classes are interactive, they often consist of little more than teachers questioning students to see if they know the material. In this model, “good” students are well prepared, so as not to be caught out by the teacher’s questions, whereas so-called “poor” students merely disengage or participate only when required. Unfortunately, this parody is a well-documented reality for far too many students.
No modelo tradicional de transmissão do ensino, os papéis dos alunos e professores são bem definidos. O professor entrega, muitas vezes por meio de palestras, slides do PowerPoint ou leituras atribuídas, e o aluno é o receptor, absorvendo as informações entregues. Se as aulas são interativas, muitas vezes consistem em pouco mais do que os professores questionando os alunos para ver se eles conhecem o material. Neste modelo, os “bons” alunos estão bem preparados, para não serem pegos de surpresa pelas perguntas do professor, enquanto os chamados “maus” alunos simplesmente se desengajam ou participam apenas quando necessário. Infelizmente, essa paródia é uma realidade bem documentada para muitos alunos.
(Lyons 2004; Pianta et al. 2007; Ritchhart 2015; Mehta and Fine 2019).
As rotinas de pensamento são estruturas simples, projetadas para guiar os estudantes através de processos cognitivos complexos, possibilitando que, diferente do que observamos na citação acima, as aulas tenham como propósito desenvolver o pensamento dos estudantes e, por meio dele, possibilitar aprendizagem significativa e profunda.
As rotinas de pensamento fornecem um conjunto de passos claros e que se repetem estruturalmente com o propósito dos estudantes explorarem ideias, estabelecerem conexões, formularem perguntas e construírem compreensão em torno de diversos conceitos e temas.
Uma das principais vantagens das rotinas de pensamento é que elas ajudam os estudantes a tornar seu pensamento visível. Ao seguir uma rotina, os alunos são incentivados a expressar suas ideias, argumentar seus pontos de vista e justificar suas respostas. Isso não apenas possibilita que os professores avaliem o entendimento dos alunos, mas também promove a metacognição, ou seja, a capacidade dos alunos de refletir sobre seu próprio processo de pensamento.
Além disso, as rotinas de pensamento são flexíveis e podem ser adaptadas para se adequarem a um amplo conjunto de áreas, componentes currículares e segmentos. Desde a sala de aula de matemática até a aula de ciências ou de literatura, as rotinas de pensamento podem ser utilizadas em qualquer contexto educacional para promover uma aprendizagem mais profunda e significativa.
Outro benefício das rotinas de pensamento é que elas promovem uma cultura de colaboração e engajamento em sala de aula. Ao seguir uma rotina em grupo, os alunos são incentivados a compartilhar ideias, ouvir os pontos de vista dos colegas e construir conhecimento coletivamente. Isso cria um ambiente de aprendizagem colaborativo, onde todos os alunos se sentem valorizados e respeitados como pares na construção do conhecimento.
Em resumo, as rotinas de pensamento têm o potencial de transformar a maneira como os alunos aprendem, promovendo uma compreensão mais profunda, reflexão crítica e colaboração em sala de aula. Ao integrar rotinas de pensamento em nossa prática pedagógica, podemos capacitar os alunos a se tornarem pensadores independentes e aprendizes ao longo da vida.
Como fiz em outra postagem sobre esse tema, seguem algumas sugestões de rotinas para serem utilizadas em sala de aula:
Para saber mais, seguem materiais de referência (em inglês):
RITCHHART, Ron. Cultures of Thinking in Action: 10 Mindsets to Transform our Teaching and Students’ Learning. John Wiley & Sons, 2023.
RITCHHART, Ron; CHURCH, Mark. The power of making thinking visible: Practices to engage and empower all learners. John Wiley & Sons, 2020.