Colaboração é uma das vantagens de utilização de abordagens que consideram a interação entre pares, como é comum nas metodologias ativas. A organização do espaço possibilita a colaboração e, também, a personalização uma vez que a possibilidade da oferta de feedback às realizações de professores e de estudantes serão mais efetivas.
Quais seriam as formas de oferecer essas devolutivas, esses feedbacks? Hattie e Timperley (2007) mencionam quatro tipos de feedback: em primeiro lugar, aquele que afirma se o trabalho realizado está certo ou errado e o que deve ser feito para melhorá-lo (feedback sobre a tarefa); o segundo tipo está relacionado ao processo de realização da tarefa e a orientação está relacionada ao que deve ser feito para o processo ser mais eficiente (feedback sobre o processo); o terceiro tipo tem função de auto-regulação, questionando o estudante sobre sua ação e fazendo com que reflita sobre ela, como ocorre em uma auto-avaliação (feedback sobre a auto-regulação); o quarto tipo de feedback é aquele que valoriza o sujeito, encorajando-o a dar continuidade ao seu trabalho (feedback sobre o self).
Podemos considerar que uma organização do espaço e da atividade didática que forneça oportunidade de o professor estar mais próximo de grupos menores de estudantes será essencial para o exercício dos níveis de feedback comentado pelos autores, além de possibilitar momentos de colaboração e de feedback entre os pares, potencializando a personalização.
Cabe ressaltar, que assim como na discussão sobre o papel do professor, ao analisarmos a importância de uma organização adequada do espaço, é importante verificar que o envolvimento das diferentes equipes da escola é fundamental para a implantação de um modelo de organização didática diferenciado. Algumas ações estão sob controle do professor, que inicia a mudança em sua sala de aula. Outras dependem de apoio da gestão escolar para que surtam efeito e produzam os resultados almejados.
Na minha tese, disponível aqui , é possível encontrar o contexto em que se insere esse texto. Espero que a leitura tenha sido útil!
Agradeço estas partilhas, tão pouco usuais em Portugal. Os investigadores do Brasil, correndo o risco de uma falsa generalização estão muitíssimo mais abertos à partilha, que os portugueses. Eu sou português, ou tento ser, e noto uma diferença enorme.
Obrigada pelo comentário! Acredito muito na construção colaborativa de conhecimento e espero contribuir com suas reflexões.