Ensino Híbrido: reflexões sobre a etapa online

No Ensino Híbrido, consideramos que a interação dos estudantes com os recursos digitais, que são possibilidades de geração de dados sobre as aprendizagens autônomas, individuais ou em grupo, sejam alinhadas com as interações face a face, no espaço físico da instituição de ensino. Ao refletir sobre o apoio que é possível oferecer aos estudantes para avançar em relação ao desenvolvimento da autonomia, encontrei uma reflexão produzida pelos professores Jonathan Bergmann e Dan Jones sobre processos cognitivos (apoiados na Taxonomia de Bloom) e os níveis de suporte necessários de acordo com o tipo de interação (síncrona e assíncrona).

Vamos refletir sobre essa representação.

BERGMANN, J. e JONES, D. Providing Ideal Support For Students in Remote Learning, 2021. (tradução nossa, com autorização dos autores)

Os processos cognitivos, desde os mais simples aos mais complexos, da memorização à criação, podem ser trabalhados no formato assíncrono ou no formato síncrono, quando tratamos do ensino remoto. No Ensino Híbrido, por sua vez, poderíamos substituir o síncrono pelos momentos presenciais em sala de aula. O quadro é interessante ao apresentar que, para os processos cognitivos mais simples, como memorização e compreensão, é possível pensar em menos suporte aos estudantes, ou seja, um trabalho individual e mais independente e que depende menos da intervenção do professor, enquanto que, quando pensamos em desenvolver processos mais complexos, como análise, avaliação e criação, temos uma possibilidade de ter trabalhos em grupo mais efetivos e, pela complexidade dos processos, envolver um maior suporte do educador.

Ao realizar essa análise e refletir sobre o Ensino Híbrido, quando a presença dos estudantes no espaço físico se torna possível, investir o suporte do professor para promover as interações (com os devidos cuidados sanitários) torna-se um melhor emprego do tempo presencial do que investi-lo nas atividades que requeiram memorização ou compreensão, frequentes quando temos a exposição de um conteúdo. As explicações sobre um conteúdo em que se espera a compreensão de informações, e não a aplicação para produzir conhecimentos podem ser, então, melhor exploradas nos momentos assíncronos quando o estudante está em casa.

A imagem levou-me a várias reflexões importantes e espero que tenha provocado o mesmo em você, leitor! Em nossos cursos deste semestre, incluímos esses pontos no debate e vamos explorar essas questões em diferentes perspectivas: gamificação, avaliação, personalização, recursos, entre outras temáticas.

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Publicado por Lilian Bacich

Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano (USP), Mestre em Educação (PUC), Pedagoga (USP) e Bióloga (Mackenzie), professora de Ensino Fundamental, Ensino Médio. Coordenadora de curso de Pós-graduação em Metodologias ativas no Instituto Singularidades. Organizadora dos livros: Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação; Metodologias ativas para uma educação inovadora. Cofundadora da Tríade Educacional. www.triade.me Contato: bacichlilian@gmail.com

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