Educação Híbrida:

Reflexões essenciais para uma educação híbrida (BACICH, MORAN, FLORENTINO, 2021)

[…]

Neste texto, defendemos a ideia de uma Educação Híbrida, que considere as definições do Ensino
Híbrido, enfatize a participação de todos os atores envolvidos e o redesenho das combinações possíveis de espaços, tempos e metodologias para oferecer melhores experiências de aprendizagem, e contemplar as diferentes realidades do nosso país, considerando propostas com e sem o uso de tecnologias digitais. […]

Para uma reflexão sobre uma educação híbrida, identificamos alguns pontos essenciais. 

  1. O primeiro se refere aos aspectos fundamentais para que a educação híbrida atinja todo o seu potencial, colocando o estudante e as relações que ele estabelece com o conhecimento no centro do processo.
  2. O segundo ponto está relacionado aos modelos de implementação que podem ser organizados em diferentes cenários.
  3. O terceiro ponto diz respeito à formação dos educadores para que a educação híbrida possa ser organizada de forma equilibrada, coerente e abrangente.

O estudante no centro do processo

Para que o estudante esteja no centro do processo, é necessário considerar diferentes aspectos que possibilitem o desenvolvimento da autonomia e do protagonismo. Para isso, as experiências de aprendizagem devem ressignificar o papel dos estudantes e do professor; incluir diferentes espaços (digitais ou físicos, na escola);  considerar uma avaliação formativa e que repercuta em novas trilhas de aprendizagem ou redirecionamento de trilhas já existentes; contar com uma gestão que ampare escolhas e esteja aberta aos erros construtivos inerentes a processos inéditos e inovadores; entender os recursos digitais como potencializadores das ações de investigação, troca entre pares e construção de conhecimentos capazes de repercutir nas concepções de toda a comunidade escolar e, consequentemente; contribuir para a adoção de uma mentalidade de crescimento que impacte na transformação de uma cultura escolar centrada no professor para uma visão de construção coletiva e redesenho de papéis (BACICH et al, 2015).

Modelos de implementação

Os modelos utilizados nas publicações sobre ensino híbrido se combinam, se integram e ganham relevância com o foco na aprendizagem ativa dos estudantes, que é uma premissa para a educação híbrida. As metodologias ativas envolvem um percurso metodológico que possibilita a ação do estudante envolvendo-o na aprendizagem por descoberta, por investigação, por resolução de problemas e por projetos. Elas procuram criar situações de aprendizagem nas quais os aprendizes possam produzir, pensar e conceituar o que fazem, construir conhecimentos sobre os conteúdos envolvidos nas atividades, bem como desenvolver a capacidade crítica, refletir sobre as práticas que realizam, oferecer e receber feedback, aprender a interagir com colegas e professores e explorar atitudes e valores pessoais. Assim, não há modelos únicos ou propostas que não podem ser combinadas, desde que se tenha como ponto de partida uma estrutura em que o estudante esteja no centro do processo, ele que desenvolve competências e habilidades.

Formação docente

Aspectos centrais da formação docente precisam ser considerados. Entre eles, podemos destacar o desenvolvimento das competências digitais dos docentes, alinhadas ao conhecimento do conteúdo e ao conhecimento pedagógico do conteúdo. O objetivo é que a inserção das tecnologias digitais, ou outros recursos, amplie as possibilidades dos estudantes interagirem com as habilidades e competências que se pretende desenvolver – preferencialmente com, mas também sem o uso de recursos digitais.

A Educação Híbrida, ao incluir a personalização e o redesenho das experiências de aprendizagem, apresenta-se como uma possibilidade de impulsionar a escola para o que se espera do século XXI, fazendo com que a comunicação, a criatividade, o pensamento crítico, a colaboração e a resolução de problemas tenham um papel ainda maior que uma lista de conteúdos distribuídos em um planejamento anual.

(BACICH, Lilian; MORAN, José; FLORENTINO, Elisangela. Educação híbrida: reflexões para a educação pós-pandemia. POLÍTICAS EDUCACIONAIS EM AÇÃO. Número 14 – abril de 2021. Leia o documento na íntegra aqui.

Quais suas reflexões sobre esse texto? Compartilhe nos comentários e, caso queira conhecer nossas propostas de formação docente, entre em contato conosco pelo WhatsApp.

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Publicado por Lilian Bacich

Doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano (USP), Mestre em Educação (PUC), Pedagoga (USP) e Bióloga (Mackenzie), professora de Ensino Fundamental, Ensino Médio. Coordenadora de curso de Pós-graduação em Metodologias ativas no Instituto Singularidades. Organizadora dos livros: Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação; Metodologias ativas para uma educação inovadora. Cofundadora da Tríade Educacional. www.triade.me Contato: bacichlilian@gmail.com

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